segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

CELEBRAÇÃO DO PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO


Neste domingo, 03 de dezembro celebramos o primeiro Domingo do Advento, o qual nos convida a equacionar a nossa caminhada pela história da Luz, na certeza de que “o Senhor vem”.

A homilia feita pelo seminarista José Raimundo nos levou a refletir sobre o tempo em que estamos vivendo - o tempo do advento - que como o próprio nome nos diz, “a chegada”, “a aproximação”, “a vinda”. No Ano Litúrgico, o advento é um tempo de preparação para a segunda maior festa cristã: O Natal do Senhor. Neste domingo, celebramos duas verdades de nossa fé: a primeira a vinda (o nascimento de Jesus em Belém) e a segunda a vinda de Jesus a Terra (a Parusia). Assim, a Igreja comemora a vinda do Filho de Deus entre os homens (aspecto histórico) e vive a alegria expectativa da segunda vinda d’Ele, em poder e glória, em dia e hora desconhecidos (aspecto escatológico). Quatro domingos até o Natal do Senhor, o terceiro é o domingo gaudete / da alegria, o Senhor se aproxima.

O Tempo do Advento se divide em duas partes: A primeira, que vai até o dia 16 de dezembro e que é marcado pela espera alegre da segunda vinda de Jesus. A segunda, os dias que antecedem ao Natal, que se destaca pela recordação do nascimento de Jesus em Belém. Nesse período, dois personagens bíblicos ganham destaque: Maria e João Batista. Ela (Maria) por ter sido escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador, e ele (João Batista) porque foi vocacionado a ser o precursor do Messias. Maria se torna modelo do coração que sabe acolher a Palavra e gerar Jesus; João Batista modelo de vida que sabe esperar nas promessas de Deus e agir anunciando e preparando a chegada da salvação. Em ambos, se manifesta a realização da esperança messiânica judaica e o anuncio da plenitude dos tempos.

A cor roxa usada nas celebrações representa a penitencia, a conversão a Deus.

Na leitura de Isaias (Is 63,16b-17.19b;64,2b-7), vemos uma oração do profeta, acompanhada da confissão de um povo que não soube ser grato ao Senhor, depois de tantos benefícios concebidos como a libertação, o alimento no deserto entre outros. É um apelo dramático a Jahwéh, o Deus que é “Pai” e “redentor”, no sentido de vir mais uma vez ao encontro da Israel para o libertar do pecado e para recriar um povo de coração novo. O profeta não tem dúvidas: a essência de Deus é amor e misericórdia; essas “qualidades” de Deus são a garantia da sua intervenção salvadora em cada passo da caminhada histórica do Povo de Deus. A leitura termina com uma belíssima imagem: Deus é o “oleiro” e o povo é o barro que o artista que modela com amor e cuidado. Essa frase certamente serve para definir o poder e o senhorio de Deus que pode modelar o seu povo conforme sua vontade, mas provavelmente, faz também alusão àquilo que o profeta espera de Deus: uma nova criação, levando-nos precisamente a Gêneses 2,7 e à criação do homem do barro da terra.

O Salmo nos convida a juntarmos os clamores do profeta, Deus é fidelidade e benevolência, o lamento do seu povo é também a certeza de sua presença.

A segunda leitura nos apresenta a graça de Deus que age em nós. Ela nos mostra como Deus se faz presente na história de uma comunidade crente através de seus dons e carismas, que gratuitamente derrama sobre seu povo, sugerindo também aos crentes que se mantenham atentos a vigilantes, a fim de acolherem os dons de Deus. Paulo manifesta a sua convicção de que os “carismas” com que Deus cumulou os coríntios são destinados a construir uma comunidade orientada para Jesus Cristo, capaz de viver de forma irrepreensível o seu compromisso com o Evangelho até ao dia do encontro final e definitivo com Cristo. É para esse objetivo final do encontro e de comunhão total com Deus que a comunidade, animada por Jesus Cristo, sustentada pelos dons de Deus deve caminhar.

O Evangelho de Marcos 13, 33-37 nos convida a vigiar sem saber o dia a nem a hora, mas vigiai-vos. Nele convida os discípulos a enfrentar a história com coragem, determinação e esperança, animados pela certeza de que “O Senhor vem”, ensinando-nos ainda que esse tempo de espera deve ser um tempo de “vigilância” - isto é, um tempo de compromisso ativo e efetivo com a construção do Reino. O “dono da casa” da parábola é, evidentemente, Jesus. Ao deixar este mundo para voltar para junto do Pai, Ele confiou aos discípulos a tarefa de construir o “Reino” e de tornar realidade um mundo construído de acordo com os valores do Reino. Os discípulos de Jesus não podem, portanto, cruzar os braços, à espera que o Senhor venha; eles tem uma missão – uma missão que lhes foi confiada pelo próprio Jesus e que eles devem concretizar, mesmo em condições adversas. É necessário não esquecer isto: esta espera, vivida no tempo da história, não é uma para passiva, de quem se limita a deixar passar o tempo até que chegue um final anunciado, mas é uma espera ativa, que implica um compromisso afetivo com a construção de um mundo mais humano, mais fraterno, mais justo, mais evangélico.

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Por: Cristian Leide

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