A devoção de Santana da minha família iniciou com Maria do Espírito Santo Carneiro, minha bisavô, mãe de meu pai Primitivo Carneiro da Silva. Essa herança de família segundo relatos orais de amigos remontam 100 anos e vem passando de geração a geração. Eu já sou da terceira geração e continuou esta devoção com fé e amor.
No entanto a imagem de Nossa Senhora Santana já está em nossa família por muito mais gerações, portanto é mais antiga ainda do que a devoção.
Com o passar do tempo a devoção ficou restrita as pessoas da família sem a tradicional novena no mês de Santana e a participação da comunidade.
Em 2001, durante a Semana de Cultura do município de Ichu meu pai Primitivo Carneiro da Silva sabendo do interesse da comissão desse evento em resgatar a devoção de Santana trouxe da sua Fazenda Massapê a imagem que pertence a nossa família. Com isso foi organizado no Barracão, (situado no centro da cidade) um altar para a realização da novena de Santana para o conhecimento da comunidade inchuese. Isto aconteceu no dia 26 de julho, dia Santa Ana com muito respeito louvamos e agradecemos a esta Santa tão querida. Foi um momento muito marcante e emocionante para meu pai e toda minha família.
A partir desta data a imagem passou a ficar em minha casa no quarto onde meu pai dormia, pois ele já estava viúvo e ficava comigo.
No ano de 2002, a pedido do meu pai continuamos a devoção da novena que foi realizada em minha residência com a participação dos nossos familiares e amigos.
Em 2003, com saúde abalada meu pai retorna para sua casa local onde se sentia melhor e por isso, foram feitas neste local o translado da imagem e a novena. Nesse ano, além da devoção pedíamos benção e saúde para meu pai.
Em 2004, pai já se encontrando muito debilitado, rezamos evitando os cantos de louvores e nos restringimos a recitação da devoção. Dois dias após o término da novena, dia 28 de julho do ano corrente, ele faleceu, com 81 anos, deixando sua história de fé e devoção a Senhora Santana. A imagem ficou comigo a qual tenho também o mesmo carinho e devoção a Santa.
Em 2005, não foi possível rezar, pois, não me senti motivada. Mas, Santana intercedeu mostrando sua vontade para que eu continuasse a devoção, enviando seu apelo pela minha irmã Mariquita que me disse: "Bernadete por que você não continua rezando para Santana como nosso pai fazia?".
Bernadete com sua irmã Mariquita (à esquerda da foto)
Assim, tocada por suas palavras em 2006, continuei a devoção em minha residência juntamente com meus familiares e amigos e com fé em Deus e em Senhora Santana, continuarei rezando enquanto vida tiver.
Confira as fotos:
(Clique nas imagens para ampliá-las)
Depoimento de: Bernadete de Almeida
Por: Fernanda Dádiva
Fotos: Heitor Santana
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